PENSANDO NO POUCO QUE HÁ


Estou contando as horas nos ponteiros que se quebraram no chão
Acho que perdi os minutos
Apesar de todo aquele tempo existir
Em algum lugar de algum lugar intocável.
E passaram mais sóis do que eu poderia contar
Mas ainda pareço sentir a sensação de todas as luas
Que iluminaram minhas noites tristes
De uma época guardada em alguma época inexplicável.
Estou contando histórias que parecem repetidas
Mas há sempre algum detalhe que não foi observado.
Dentre tudo o que poderia resistir
Resistiu o acaso de um por acaso indecifrável.
Vou jogar bola de gude no passeio
E escrever com giz na parede de casa.
Se a tempestade chegar
Talvez explique a insensatez de alguma destruição.
E tudo passou como teria que passar
Assim estamos distantes de tudo o que era
Próximos demais de algo que é,
Perdidos nas entrelinhas do que qualquer dia desistirá de ser.
Eu não me vejo em espelhos convexos
Também não vejo meu futuro em bolas de cristais.
Talvez tenha aprendido a viver um dia de cada vez
Ou a sentir cada coisa por vez.
E quando o sol aparecer mais uma vez
Ainda estarei contando as horas
Perdido no espaço de tempo
No espaço de algum hiato inacreditável.

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